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ASCOM UFPA

Professora da UFPA dá dicas sobre alimentação ideal no verão

Com as altas temperaturas, muitas pessoas viajam para as praias, e, consequentemente, acabam se alimentando, com mais freqüência, fora de casa. Por isso, a professora Vanessa Lourenço Costa, da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal do Pará, explica como deve ser a alimentação no período de férias.

A primeira dica, e também a mais importante, é a hidratação. Segundo a professora, é recomendada a ingestão de, em média, oito copos de 250 ml de líquido, por dia, seja com água de coco, suco de frutos ou chá. Mas, atenção, exagerar no refrigerante e na cerveja não é bom, pois, apesar de líquidos, eles não são escolhas ideais para o consumo, principalmente, com as altas temperaturas. “Na verdade o refrigerante não é um bom hidratante, por causa da inclusão do gás nesse líquido; e a bebida alcoólica estimula a diurese, ou seja, a pessoa urina mais, principalmente se a bebida for cerveja”, afirma a nutricionista.

Manipulação dos alimentos –“É importante que as pessoas, quando forem à praia, se preocupem em levar o alimento de casa, porque, por exemplo, o suco de fruta preparado fora de casa tem um risco muito grande de contaminação, seja pela manipulação ou pela água com a qual ele é preparado; ou o equipamento com o qual o suco foi feito, que, muitas vezes, não é higienizado adequadamente; também é comum o manipulador desse alimento não higienizar as mãos de maneira adequada”, explica a professora. Vanessa Lourenço também ressalta que, tão importante quanto levar o alimento de casa, é armazená-lo em um recipiente apropriado, como num isopor, com bastante gelo, para manter a temperatura sempre baixa.

A nutricionista destaca que comer fora de casa exige alguns cuidados. “Geralmente, as pessoas recorrem à praticidade dos sanduíches, o que exige atenção redobrada, pois os sanduíches vendidos na praia, por exemplo, costumam ter maionese, o que não é recomendável, e se for maionese caseira é ainda mais preocupante, pois esta é feita com ovo cru, o que tem um risco alto de contaminação por salmonella”, explica Vanessa. De acordo com a professora, a doença salmonelose é veiculada por alimento e é extremamente perigosa. “Mas se for inevitável comer na praia, que a pessoa escolha alimentos bem quentes, preparados na hora, pois esse tipo de comida sempre tem um risco menor.”

A nutricionista alerta que o mais fácil para evitar qualquer tipo de contaminação é observar o manipulador do alimento. “Se ele é a mesma pessoa que recebe o dinheiro na hora da compra, isso já é motivo o bastante para ficar alerta; se ele não está de toca, avental ou uma roupa limpa; se ele não higieniza as mãos com frequência, tudo isso tem que ser observado, na hora da compra”, diz ela. “Os ambulantes que circulam nas praias não tem nenhum tipo de registro ou vigilância, por isso o risco de contaminação é grande”, explica Vanessa.

O que fazer em caso de infecção - É importante lembrar que as doenças causadas por alimentos são sérias. “Não é simplesmente uma dor de barriga. Os principais sintomas são diarreia, vômito, náuseas e, conseqüente, desidratação”. Dependendo do tipo de micro-organismo que contamina a pessoa, o surgimento dos sintomas varia de 3 a 24 horas.

Caso a pessoajá tenha sido identificada com uma intoxicação alimentar, a medida mais urgente é procurar um médico ou um posto de saúde para identificar a causa. “Para alguns micro-organismos, não é aconselhável brecar a diarréia”, explica. “Lembre-se que é muito importante fazer a hidratação sempre, pois o infectado perde muito líquido, e ele precisa repor não só os líquidos como também os sais minerais. A água de coco é indicada por conter o líquido e os sais minerais, como sódio e potássio, que são as principais substâncias perdidas em uma diarréia.”

Hábitos saudáveis - A recomendação continua sendo que os veranistas levem o alimento de casa. Tangerina e laranja são ótimas opções, além de serem frutas muito abundantes em nossa região. O abacaxi, se colocado dentro de um saco plástico e armazenado dentro de um isopor, fica bem conservado para ser consumido na praia.

Sorvete é outra delícia irresistível no verão. Vanessa Lourenço Costa chama a atenção para picolés que possuem suco de fruta e, por isso, hidratam bastante. O desaconselhável são os picolés de procedência duvidosa, “compre somente quando você souber quem é o fornecedor, saiba se aquele alimento é registrado”.

Mesmo viajando, é muito importante que as pessoas fracionem a sua alimentação, fazendo as refeições principais (café, almoço e jantar) e dois lanches leves no intervalo das mesmas. Assim, é interessante levar à praia alimentos fáceis de serem transportados e que não se deterioram facilmente, como biscoitos sem recheio e barrinhas de cereais. Dessa forma, quando a fome vier, a pessoa poderá se alimentar, sem que caia nas "armadilhas calóricas" da praia.

Criançada - A maior preocupação nas praias deve ser com as crianças, pois, elas têm um risco maior de ter desidratação, então, o conselho é que os pais se preocupem com elas e as façam ingerir líquidos com frequência,  por meio de picolés e sucos de fruta.

Alimentação também ajuda no bronzeado - Para quem quer o tão sonhado bronzeado, no verão, a nutricionista também dá algumas dicas. Alguns alimentos, quando ingeridos, ajudam a conseguir um bronzeado bonito. “A cenoura, a manga ou abóbora são excelentes, pois são alimentos ricos em betacaroteno, o que garante um bronzeado bonito e duradouro”, destaca a professora. “O betacaroteno serve de matéria prima para a síntese da vitamina A, que, por sua vez, auxilia na produção da melanina, que é o pigmento que dá cor à pele”, explica.

No caso da vitamina C, ela é um ótimo antioxidante, que ajuda no combate aos radicais livres e protege a pele. “Essa substância pode ser encontrada nas frutas ácidas, como laranja, tangerina e maracujá. Associando fontes de betacaroteno e vitamina C é possível ter um bronzeado muito bom e duradouro”, finaliza.

Texto: Yuri Coelho – Assessoria de Comunicação da UFPA.
Publicado originalmente em: 11/07/2012 no Portal da UFPA. Republicado em 15/07/2015.
Unidade: Faculdade de Nutrição do Instituto de Ciências da Saúde (ICS).
Status: Pesquisadora Vanessa Lourenço disponível para entrevistas.

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