Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página
ASCOM UFPA

Verão sinônimo de sol, praia, diversão e também de cuidados com a pele

Como aproveitar as férias sem se descuidar da pele? A professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA), Silvia Rodrigues Muller, dá dicas para adultos e crianças protegerem a pele no verão e se prevenirem de doenças que costumam incomodar durante e após as férias. Para a pesquisadora integrante da Liga de Dermatologia Sanitária e Hanseníase da UFPA, proteger-se do sol é a melhor indicação.

O ideal é não se expor ao sol entre as 10h e 16h, quando a radiação é mais intensa. “Podemos usar nossa sombra como referência. Quanto maior a sombra, mais seguro é se expor ao sol e, conforme ela desaparece, é mais prejudicial permanecer ao sol”, indica. São justamente a radiação solar e o calor intenso os principais causadores de problemas dermatológicos no verão.

Escolha e passe corretamente o filtro solar - O uso de protetor solar é indispensável e o FPS (fator de proteção solar) ideal para o produto é o 30. “Esse fator 30 têm uma eficácia de cerca de 96%, ou seja, filtra 96% da radiação solar independente da cor da pele. FPS acima de 30 não garante aumento proporcional de proteção, por exemplo FPS de 64 garante a 98,6% , ou seja aproximadamente 2 pontos percentuais em relação ao FPS30.

A dermatologista também reforça as orientações de como aplicar os protetores solares. “É melhor utilizar a regra das nove colheres de chá de protetor solar, que devem ser distribuídas da seguinte maneira: uma colher aplicada na região do rosto e orelhas, duas colheres para a região do peito e duas para as costas, uma colher de chá para cada braço e duas colheres de chá para as pernas e o pé. E sempre peça auxílio para passar o protetor nas áreas onde não alcançar”.

O protetor também deve ser reaplicado a cada duas horas e sempre após o mergulho. Crianças a partir de seis meses podem utilizar protetores específicos e os bebês menores de seis meses não devem ser expostos ao sol. “As crianças devem brincar sempre protegidas com protetor solar, chapéu de aba larga e de preferência abrigadas sob barracas ou guarda-sol.Óculos com lentes protetoras e saídas de praia complementam a proteção. A hidratação com água e sucos é indispensável para crianças e idosos pois desidratam-se mais facilmente”, informa Silvia Muller.

Chapéu e barracas podem ajudar a se proteger do sol, mas a pesquisadora da UFPA alerta sobre os cuidados com o uso de guarda-sol de náilon. “Isso porque este material deixa passar cerca de 95% da radiação solar, ou seja, protege apenas contra 5% da radiação. O ideal é que este sombreiro seja de lona ou de algodão, que podem bloquear em até 50% os raios solares”.

A dermatologista reforça que todo cuidado é pouco com o bronzeamento, pois ele pode causar queimaduras na pele. “Misturas de óleos, bronzeadores e outros truques para obter um bronzeado perfeito podem causar problemas de saúde. A melhor opção para quem não abre mão do bronzeado é o uso dos auto-bronzeadores, que conferem pigmentação artificial à pele sem a exposição à radiação ultravioleta. Já as câmaras com luzes para bronzeamento são altamente danosas, podendo causar tanto o câncer como o envelhecimento precoce da pele.

Problemas de pele podem atrapalhar as férias – Nas férias, também aumentos as ocorrências das chamadas micoses devido ao aumento da frequência às praias e piscinas. Nas piscinas a principal vilã é a Tinea corporis, conhecida como “impingem”. “A camada mais superficial da pele sofre uma descamação natural e essas escamas são eliminadas nas piscinas e nos banheiros servindo de alimento aos fungos. Além disso o aumento da umidade da pele facilita a proliferação dos fungos e consequentemente a probabilidade de se contrair uma impinge”.

Segundo a médica, o uso de roupa molhada (que cria ambientes úmidos e abafados em regiões como virilhas, por exemplo) é fator predominante para a instalação de micoses. Além disso, a impingem é transmitida de pessoa para pessoa por contato íntimo e também pelo contato com cães e gatos. Outra micose é a Pitiríase versicolor popularmente conhecida como pano branco. “É causada por um fungo que reside naturalmente na pele e couro cabeludo e só se torna um problema quando há um desequilíbrio no organismo, por isso é importante lembrar que a exposição prolongada ao sol fragiliza o sistema imunológico, levando á diminuição das defesas naturais da pele e de todo o organismo”. A dermatologista também esclarece que o “pano branco” não é transmissível. Ele depende da resistência de cada um. Há pessoas que vão ter pano brando todos os verões e outras, ao longo da vida, nunca terão o problema”.“Já nas praias oceânicas, o vilão é o sal que causa o ressecamento da pele, facilitando o enrugamento e diminuição da resistência.

A areia da praia, contaminada pela presença de fezes de animais como cães e gatos, também traz o risco de contágio com o “bicho geográfico”, a Larva migrans .“A larva se introduz na pele, como a planta do pé por exemplo e migra pelo corpo, causando coceira. Na pele aparece uma linha sinuosa avermelhada”, descreve a dermatologista da UFPA.

Embora esses sejam os casos mais diagnosticados no verão, há também as fotodermatoses e alergias. Elas são causadas pelo contato com vegetais e frutas cítricas, perfumes e cosméticos em geral seguido pela exposição ao sol. De acordo com a doutora Sílvia, não é indicado o uso de produtos cosméticos, perfumes, bronzeadores, produtos que vão acelerar o bronzeamento para ir a paria, piscina em áreas do corpo que serão expostas ao sol.

Segundo Silvia Muller, para aproveitar melhor o verão é preciso evitar permanecer longos períodos com roupas molhadas, banhar-se e secar-se adequadamente após os mergulhos na praia e na piscina, manter a ingestão de água e de alimentos saudáveis e utilizar todos os recursos para se proteger do sol como protetor solar, óculos de sol, guarda-sol e chapéus de abas largas. E principalmente, evitar a exposição solar no período entre 10 e 16H.

Texto: Cléo Viana e Glauce Monteiro – Assessoria de Comunicação da UFPA
Publicado em: 16/07/2015
Unidade: Liga de Dermatologia Sanitária e Hanseníase da UFPA
Status: Dermatologista da UFPA disponível para entrevistas.
Saiba mais sobre a Liga de Dermatologia Sanitária e Hanseníase da UFPA aqui.

registrado em: ,
Fim do conteúdo da página