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Docentes da UFPA recebem premiação nacional por trabalho de intervenção no ensino odontológico no Brasil

Reconhecida pelo pluralismo de pessoas, raças, etnias e conhecimentos, a UFPA busca tornar seu ambiente acadêmico cada vez mais justo e inclusivo. Suas ações afirmativas, por exemplo, realizadas desde o processo de ingresso até a permanência na universidade, buscam garantir um de seus princípios institucionais: o respeito à diversidade étnica e cultural. Foi para atender a estes princípios que a Faculdade de Odontologia, do Instituto de Ciências da Saúde (ICS), passou a desenvolver o projeto “Inclusão de indígenas no ensino superior: a experiência da odontologia na Amazônia”. A iniciativa, voltada para ações de permanência de estudantes indígenas, recebeu o Prêmio Léo Kriger, do Seminário Ensinando e Aprendendo, da Associação Brasileira de Ensino Odontológico. 

Criado em 2021, o projeto iniciou a partir do alto índice de evasão, trancamento e perda de alunos indígenas, apesar do curso de odontologia apresentar, dentre todos os cursos da UFPA, a maior quantidade de discentes indígenas matriculados (53) e com uma grande diversidade de etnias (16). A partir da obtenção desses dados, a iniciativa buscou analisar quais os motivos contribuíam para este alto índice de desistência, a fim de elaborar medidas capazes de modificar essa realidade. 

“A odontologia recebe alunos indígenas desde 2012, porém, em todos esses anos, apenas quatro tinham se formado. Nós observamos, então, que eles entram, mas têm muita dificuldade em se formar, e que a saída desses alunos se dá por vários fatores, como questões financeiras, preconceito e a dificuldade de adaptação à cultura, por exemplo. O projeto vem justamente como uma forma de intervenção a essa situação, cujo objetivo é fixar a permanência do aluno e garantir sua permanência no curso”, detalha a professora Liliane Silva do Nascimento, diretora da Faculdade de Odontologia e coordenadora do projeto.   

Entre as iniciativas utilizadas pelo projeto para mudar este cenário, está a criação de um banco de instrumentais, que empresta os materiais do curso para esses alunos e evita a desistência deles por fatores econômicos, um dos principais observados. Além disso, também é ofertada uma tutoria individualizada para cada estudante, a partir de suas dificuldades, sem deixar de considerar suas realidades, como a dificuldade com a Língua Portuguesa, por não ser a língua materna da maioria. De acordo com a professora Liliane Silva, é de extrema importância que um curso ofertado dentro da Amazônia leve em consideração esses aspectos ao proporcionar uma resposta para seus alunos. 

Premiação –  Entregue durante o Seminário Ensinando e Aprendendo, que integra a programação da Reunião Anual da Associação Brasileira de Ensino Odontológico, o  Prêmio Léo Kriger leva o nome do professor fundador da Odontologia no Brasil como forma de homenagear seu trabalho e sua vida. O objetivo da premiação é destacar e reconhecer, no âmbito do ensino da odontologia do Brasil, a experiência exitosa da educação superior na área.  

A pesquisa “Inclusão de indígenas no ensino superior: a experiência da odontologia na Amazônia” que foi a premiada deste ano como melhor trabalho de intervenção no ensino odontológico no Brasil é de autoria dos professores Liliane Silva do Nascimento, Andrea Maia Correa Joaquim, Ana Maria Martins Brandão, Adalberto Lirio de Nazaré Lopes, Tania Moraes Ribeiro, Mara Gorett Avelar da Silva, Maria de Jesus Alves de Lima e Lurdete Maria Rocha Gauch. 

“A odontologia é o curso mais antigo da UFPA, com 109 anos, e nunca tinha recebido um prêmio nacional de ensino odontológico. Essa foi a primeira vez e foi com um trabalho fruto de muitas mãos, por que foi além da coordenação, que estava à frente do projeto, os demais professores também pegaram as nossas mãos e, juntos, fizemos este trabalho acontecer e, principalmente, veremos cada vez mais indígenas sendo formados como cirurgiões dentistas dentro da Amazônia”, ressalta Liliane Silva sobre a importância do reconhecimento da premiação recebida. 

 

Texto: Isabelly Risuenho – Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA

Data de publicação: 18/08/2023

Matéria originalmente publicada no Portal de Notícias UFPA: Acesse aqui

 

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