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Projeto de gestão energética da UFPA promove economia de mais de R$ 1,5 milhão em recursos da instituição
Desde 2017, a Universidade Federal do Pará (UFPA), por meio de seu Centro de Excelência em Eficiência Energética da Amazônia (Ceamazon), desenvolve um projeto voltado para gestão de energia e eficiência energética no campus localizado no bairro Guamá, em Belém. Além da redução de custos com energia elétrica – e consequente economia para os cofres públicos -, as ações auxiliam na melhoria da qualidade e eficiência energética dos prédios e sistemas do campus e promovem o estímulo e o desenvolvimento de novos conhecimentos na área.
O projeto é coordenado, desde 2019, pela professora Carminda Carvalho e possui seis frentes de trabalho: Sistema de Gestão de Energia Elétrica (SISGEE); Qualidade de Energia Elétrica e Modalidade Tarifária; Eficiência Energética em Edificações; Automação Predial; Sistemas Fotovoltaicos e Medição e Verificação. “Nosso intuito é prover um suporte técnico aos gestores do Campus Universitário do Guamá com o objetivo de assessorá-los em tomadas de decisões”, resume a coordenadora.
No dia a dia, um time de docentes e pesquisadores de graduação, mestrado e doutorado da UFPA atua como consultores do Ceamazon apresentando diagnósticos de eficiência e qualidade de energia associados ao cenário energético atual da Universidade. O objetivo é identificar onde é prioritário atuar de forma mais eficiente. “É um trabalho multidisciplinar. A cada três meses, elaboramos relatórios técnicos em que também propomos melhorias que possam ser capazes de reduzir eventuais perdas financeiras relacionadas tanto à utilização de equipamentos inadequados quanto a multas aplicadas pela concessionária”, detalha a professora.
O trabalho da equipe também indica ações para tornar mais eficiente e modernizar o setor elétrico da Universidade (rede e edificações), com o uso de novas tecnologias de equipamentos, automação predial e geração de energia renovável. O projeto é desenvolvido em interação com a Pró-Reitoria de Administração da UFPA (Proad) e a Prefeitura Multicampi.
O prefeito multicampi, Eliomar Azevedo, considera que o projeto tem promovido muitas experiências positivas: “Do ponto de vista mais operacional das instalações e edificações do campus, temos obtido avanços por meio dos monitoramentos e estudos técnicos que embasam a tomada de decisões para racionar e ter mais eficiência nas intervenções tanto nas manutenções quanto em novas implementações de estruturas. Com isso, temos aumentado o nível de confiabilidade da disponibilidade de energia elétrica e melhorado gradativamente a qualidade da energia entregue, diminuindo custos com a conta de energia. E também temos ganhos acadêmicos dentro dessa parceria, porque essas atividades envolvem trabalhos de conclusão de curso, dissertações, teses e outros trabalhos técnicos e científicos”.
Trabalho é multidisplinar – As seis frentes de trabalho do projeto atuam de maneira coordenada. Com base nos dados e nas informações técnicas levantados pelo SISGEE, são fornecidos embasamento técnico para as análises e diagnósticos das demais equipes. O trabalho da frente de Qualidade de Energia Elétrica e Modalidade Tarifária, por exemplo, consiste em estudos de adequação e otimização dos gastos com energia elétrica com custo zero para a instituição, impactando efetiva e rapidamente redução das faturas de consumo.
Mas o projeto inclui outras ações: a busca por soluções energéticas que visam contribuir para o consumo eficiente das edificações, sejam elas antigas ou novas (frente de Eficiência Energética em Edificações); o desenvolvimento de dispositivos para operação automatizada dos sistemas de iluminação, ar-condicionado e bombas d’água (frente de Automação Predial) e a efetivação de projetos fotovoltaicos que visam suprir total ou parcialmente a demanda de geração de energia elétrica dos prédios (frente de Sistemas Fotovoltaicos). A busca por recursos que possam financiar tais ações de eficiência energética cabe à última frente que integra o projeto, a de Medição e Verificação, que atua diretamente na submissão em chamadas públicas de projetos.
Medidas refletem maior economia para a Instituição – Os resultados dos últimos dois anos de ações do Projeto de Gestão de Energia e Eficiência Energética apontam uma economia líquida superior a 1 milhão e 625 mil reais para a UFPA, considerando os efeitos da implementação de análise de fatura, geração fotovoltaica e compensação de reativos.
Atualmente, 29 medidores, instalados em prédios administrativos, blocos de aula e laboratórios, auxiliam na alimentação do sistema de gestão de energia elétrica da UFPA que garante maior e melhor monitoramento energético institucional. “Os medidores capturam os dados e o sistema de gestão realiza o processamento para gerar os diagnósticos de qualidade de energia e consumo”, resume o pesquisador do Ceamazon, Josivan Reis.
Com os dados gerados dessas leituras, aliados à análise das faturas de energia elétrica, a equipe do projeto identificou, por exemplo, a necessidade de instalação de um banco de capacitores de 600kVar de potência. A medida permitiu que a Instituição deixasse para trás um gasto mensal que apenas em 2020 chegou a cerca de R$ 40,5 mil, somente em excedente de reativo (multa).
Em números brutos, a economia gerada somente com os estudos de análise de fatura superou a marca dos R$ 760 mil, em 2021, e R$ 390 mil, em 2022. Em relação à compensação de reativos, a Instituição deixou de gastar mais de R$460 mil em 2021 e mais de R$485 mil, no ano passado.
Sistema Fotovoltaico – Desde janeiro de 2021, estão em operação oito sistemas fotovoltaicos, seis deles adquiridos diretamente pela UFPA e dois por meio de projeto do Ceamazon, em parceria com a Norte Energia. As duas miniusinas financiadas pelo projeto foram instaladas no edifício Mirante do Rio e no prédio do Ceamazon e já ultrapassaram o montante de 337.574 kWh de geração de energia, economizando aproximadamente R$175 mil reais em custo com energia elétrica.
Seis outras usinas de energia fotovoltaica entraram em operação mais recentemente. Elas se encontram já instaladas na biblioteca de Abaetetuba, no prédio do Mirante do Rio, no prédio do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e nos prédios dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia de Recursos Naturais da Amazônia (Proderna), Letras (PPGL) e Química (PPGQ).
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