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"Família Corujinha": Aplicativo orienta mães de crianças em UTIs Neonatais

Criado como produto de uma pesquisa realizada no Hospital Regional de Tucuruí - Pará, com 33 mães, cujos filhos estavam internados na Unidade Neonatal, o aplicativo “Família Corujinha” surge como ferramenta informacional, educadora e orientadora de famílias que possuem bebês em unidades de tratamento intensivo.

O aplicativo vem com a proposta de ser um instrumento informacional e orientador acerca do ambiente das Unidades Neonatais. A plataforma dá suporte nas atividades de educação em saúde; direciona as orientações; auxilia as mães na memorização dos conteúdos a serem abordados e esclarece, de forma útil e didática, suas principais dúvidas, contendo informações sobre o ambiente da Unidade Neonatal, os cuidados com o recém-nascido, as orientações de alta; e também disponibiliza o acesso para downloads de cartilhas e cadernos do Ministério da Saúde, buscas em sites de pesquisa e a visita a links de vídeos relacionadas ao cuidado neonatal, baseado nos preceitos de um olhar fundamentado no Método Canguru, acolhimento e humanização à luz da filosofia de um cuidado que o Ministério da Saúde preconiza.

A plataforma é gratuita, acessível, com conteúdos apresentados de forma objetiva e de fácil compreensão. Possui tópicos na forma de pergunta/resposta acompanhada de ilustração, cabeçalhos ou legendas de tópicos, tornando a leitura atrativa. Em um menu compacto, estão distribuídos os 12 tópicos de apresentação com as principais orientações e os links específicos para uma pesquisa ampliada sobre o tema principal, permitindo o acesso ao conteúdo que mais interessar às mães.

O aplicativo possibilita uma transformação na prática de Educação em Saúde, pautada na prática monótona e repetitiva para um ambiente mais dinâmico, humanizado e participativo. “O aplicativo possui a perspectiva de transformar a sociedade, quanto ao ato do cuidado e também do emponderamento dessas mães para que elas possam ir em busca desse conhecimento, e, assim, possam se familiarizar mais com a unidade neonatal, e vice-versa, em que a relação estabelecida entre família e profissionais seja a melhor possível, visando ao alvo principal desses cuidados, que é o bebê”, comenta a desenvolvedora do aplicativo, mestre Suziane Giroux.

“O aplicativo surgiu da minha observação dos anseios e questionamentos das mães presentes em Unidades Neonatais, as quais não obtinham respostas. Nesse contexto,  a plataforma – um verdadeiro manual virtual - permite a essas mães a obtenção de respostas com mais clareza e propriedade e não a informação superficial que comumente é repassada”, comenta Suziane. “É nítida a diferença daquelas mães que previamente consultam informações no aplicativo, elas se sentem mais familiarizadas, preparadas e confiantes para participar do processo do cuidado ao bebê”, acrescenta.

A futura utilização do aplicativo nas universidades como ferramenta de ensino também virá a ser um grande passo para a disseminação do instrumento. “A implementação da utilização do aplicativo nas universidades, inicialmente na Universidade Federal do Pará, nos cursos de Medicina e Enfermagem, acrescenta muito para a formação dos profissionais, e não restritamente destes cursos, acredito que o aplicativo vem a somar para todos os profissionais da área da saúde”, comenta a idealizadora do aplicativo.

“Vamos começar pela área perinatal, ou seja, da obstetrícia, da pediatria e do Programa Saúde da Família dentro das Faculdades de Medicina e de Enfermagem da Universidade Federal do Pará, inicialmente, assim como divulgando para outras universidades”, completa a doutora Aurimery Chermont, orientadora de Suziane Giroux em sua pesquisa.

A “Família Corujinha” possui um viés social de grande relevância por ser um instrumento de ampla utilização. “A plataforma é fundamental, porque, apesar de sabermos que saúde e educação são deveres do Estado, nós conseguimos criar um aplicativo de fácil acesso e de ampla visibilidade para todas as mães que possuem seus filhos internados em terapia intensiva. Ele possui abrangência para educar, informar e orientar essas mães durante e também sobre o período após o tratamento”, destaca a doutora Aurimery.

O projeto de pesquisa foi concebido pela enfermeira do Hospital Regional de Tucuruí-PA Suziane de Sousa Giroux, coordenadora da Saúde da Mulher e da Criança, da Prefeitura Municipal de Tucuruí-PA; mestre em Gestão e Saúde do Mestrado Profissional da Santa Casa de Misericórdia do Pará; especialista em Saúde da Família; especialista em Enfermagem Pediátrica e Neonatal e especialista em Linha de Cuidado em Enfermagem Saúde Materna, neonatal e lactente. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. É parte integrante da dissertação de Mestrado Profissional em Gestão e Serviços em Saúde da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA), com o título Assistência Humanizada ao Recém-nascido internado na Unidade neonatal: Uma proposta de tecnologia educativa para orientações às mães, orientada pela professora doutora Aurimery Gomes Chermont, médica, doutora em Saúde Coletiva (UNIFESP) e docente do Instituto de Ciências da Saúde da UFPA.

O aplicativo, já disponível na Plataforma Android, ainda tem um longo caminho a percorrer para que seja conhecido e amplamente divulgado. “Eu continuarei trabalhando na expansão dessa ferramenta para que ela atinja o maior número de pessoas, assim como divulgue o nome do nosso Estado do Pará e sua excelência também na produção de instrumentos tecnológicos que somam para a área e acrescentam ao nosso sistema único de sáude”, encerra Suziane.

Texto: Matheus Henrique Cardoso - Assessoria de Comunicação do ICS/UFPA
Imagem: Reprodução / Google

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